domingo, 6 de dezembro de 2009

Parece que há cada vez mais pessoas saudáveis a morrer com Gripe A. Na semana passada foi um jovem saudável de 22 anos; hoje leio no jornal sobre a morte de uma mulher, também ela saudável, a morrer vítima do vírus H1N1. Mais do que o número de mortes, a preocupação centra-se agora em saber se os falecidos estavam de perfeita saúde antes de irem para um lugar melhor. Compreende-se porquê: uma coisa é ler e ouvir sobre a morte dos doentes incluídos em grupos de risco (com esses podemos nós bem), outra é perceber que, afinal, calha a todos - diabéticos, grávidas, asmáticos, doentes cardíacos e (glup) saudáveis. É tramado. Quer dizer, na verdade é mais ridículo do que tramado, porque estar a chamar "saudável" a alguém que contraiu um vírus mortal faz tanto sentido como dizer que um doente com cancro morreu apesar de ser saudável; era, até as malditas células cancerígenas tomarem conta do seu corpo. No fundo, todas estas notícias vêm apenas reforçar a conhecida - e irritante - máxima popular de que "para morrer basta estar vivo".